A Bíblia Sagrada – Parte III - A Formação do Velho Testamento e os Livros Apócrifos

Algumas pessoas têm dúvidas com respeito à verdadeira Bíblia, até porque existe uma variedade de versões disponíveis no mercado, alguns crêem que existem Bíblias adulteradas em circulação. Mas, todas as traduções são a Palavra de Deus manifestada na linguagem humana. Há apenas uma fonte original da qual vieram todas as traduções. A razão fundamental por que alguns crêem que há Bíblias adulteradas e desautorizadas em circulação é o fato de algumas conterem no Velho Testamento os chamados livros deuterocanônicos conhecidos também por Apócrifos.
A palavra "cânon" literalmente significa "cana" ou "vara de medir." Em linguagem cristã significa regra de fé e doutrina, ou a vara da verdade.
O cânon que abrange os 39 livros do Velho Testamento foi compilado e encerrado sob a direção de Esdras e Neemias cerca do ano 425 A. C., e foi chamado de "As Escrituras." O mesmo cânon foi mais tarde reconhecido por Jesus. Algumas Bíblias incluem os chamados Apócrifos como parte do Velho Testamento.
A palavra "Apócrifo" é grega e significa "escondido", trazendo em si a idéia de "espúrio" ou de " inspiração duvidosa." Os livros apócrifos são sete: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque (Primeiro e Segundo) Macabeus, bem como alguns acréscimos aos livros de Ester e Daniel.
Crê-se que foram escritos entre os anos 200 A. C. e 50 A. C., justo antes do tempo de Cristo. Esses livros são de valor no que respeita à história, pois revelam a vida política e religiosa dos judeus da Palestina, especialmente as relações mantidas entre os israelitas e seus inimigos, os sírios e os romanos. Mas tais livros jamais foram considerados canônicos quer pelos judeus quer pelos cristãos nos primeiros séculos de nossa era. São apenas bons livros de fundo histórico da antigüidade e de grande valor.
Josefo, o grande historiador judeu do fim do século primeiro, dá-nos em sua obra Antigüidades dos Judeus, livro III, capítulo II, uma idéia da origem dos livros apócrifos. Ptolomeu Filadelfo, homem muito culto, estava organizando uma grande livraria em Alexandria, de maneira que seu bibliotecário, Demétrio Falérios, conseguiu que setenta judeus traduzissem todos os livros judaicos do hebraico para o grego, para a livraria do rei. Os egípcios não faziam qualquer distinção entre livros religiosos escritos por inspiração de Deus e as obras históricas ou literárias por homens inteligentes, possuidores de boa base literária.
Quando, justamente após a morte de Cristo, os rolos foram superados pela introdução do codex (ou livros agrupados em um só volume) todos os escritos judaicos que haviam sido traduzidos para o grego em Alexandria, passaram a circular num só volume, contendo os escritos inspirados bem como toda literatura secular agora chamada Apócrifos.
Nos primeiros séculos de nossa era, a população não judaica do império romano, que não compreendia o hebreu, usava a versão grega conhecida como Septuaginta em virtude de ter sido traduzida pelos setenta sábios judeus. Assim é que esses livros seculares foram introduzidos no cânon do Velho Testamento, mas isto não foi sob a inspiração de Deus, mas por literatos do Egito, que por sua vez eram pagãos.
Esses livros parcialmente preenchem grande lapso da vida religiosa e atividades dos judeus entre o tempo que vai do último livro do Velho Testamento, Malaquias, escrito cerca do ano 425 A. C., e o primeiro do Novo Testamento, escrito cerca do ano 50 A. D. Os apócrifos na Septuaginta contêm catorze livros, mas no Concílio Ecumênico de Trento apenas sete deles foram acrescidos ao Cânon. Os judeus, embora orgulhosos desses livros, jamais os consideraram inspirados por Deus. Antes do tempo de Cristo os judeus eram depositários das verdades de Deus e do Cânon.

Em quase todos os livros do Velho Testamento encontramos expressões como "Assim diz o Senhor"," "O Senhor diz," "Aquilo que o Senhor me mandar, isso falarei," "Ouvi o Senhor," etc. Em seus escritos os profetas continuamente lembraram ao povo que estavam escrevendo idéias de origem divina. Nem uma só vez se encontra nos Apócrifos a afirmação de que estavam escrevendo em nome do Senhor.
Na leitura dos livros apócrifos, chega-se infalivelmente à conclusão de que eles contêm um certo número de afirmações que jamais poderiam ser de origem divina, mas ao contrário, foram inteiro produto do conhecimento e capacidade pessoal do autor.
Justino Mártir, que nasceu cerca do ano em que S. João morreu, e que alcançou notoriedade na metade do segundo século de nossa era, não aceitou os Apócrifos como parte do Cânon do Velho Testamento. O Cânon do Velho Testamento, oficialmente reconhecido pela igreja no Concílio de Laodicéia no ano 363, não incluía os livros apócrifos.
Cerca do ano 170 A. D., Meliton, bispo de Sárdis, Ásia Menor, foi à Judéia a fim de se informar sobre quais eram os verdadeiros livros inspirados do Velho Testamento, porque encontrara diferença entre o Cânon judeu e o Cânon da Septuaginta Alexandrina. Como resultado dos seus estudos, ele rejeitou os livros apócrifos e reconheceu como válidos somente os livros que foram escritos desde Moisés até Malaquias, este cerca do ano 400 A. C.
É também esclarecedor o fato de que o papa Gregório o Grande, cerca do ano 600 A. D., ao citar I Macabeus, diz:
"Menciono o testemunho de livros que, embora não canônicos, foram contudo publicados para edificação da igreja."
S. Jerônimo, conhecido como pai da Vulgata Latina, deixou os Apócrifos expressamente fora do Cânon. Todos os escolásticos conhecem a posição de S. Jerônimo. Ele cria que unicamente o Cânon palestino era puro, de indiscutível autoridade, e que os livros não contidos nesse Cânon deviam ser rejeitados. Somente depois de sua morte foram alguns dos Apócrifos adicionados à Vulgata Latina.
Atanásio de Alexandria (296-373 A. D.), reconhecia somente o Cânon judaico.
S. João Crisóstomos, um dos Pais da igreja e patriarca de Constantinopla, declarou que aceitava unicamente o Cânon hebreu.
Resumindo, os livros apócrifos são livros especiais, que revelam um conteúdo histórico e partilham fatos que nós como pesquisadores precisamos saber se queremos entender a sociedade dos tempos apostólicos, mas é só isso! Nada tem neles de inspirado por Deus! Mas a Bíblia como a conhecemos, essa sim, é digna de nossa inteira confiança e de nossa mais profunda atenção.

Conta-se que quando Benjamim Franklin era embaixador americano em Paris, nos dias da Revolução Francesa, havia céticos e ateus. Havia muitas sociedades literárias e Benjamim Franklin se uniu a uma delas. Em cada reunião era costume um dos membros escrever e ler uma história na presença dos membros, após o que debatiam os seus méritos. Benjamim Franklin esperou que chegasse o seu dia. Finalmente, acertada a data, assentou-se em sua casa e copiou com sua própria letra todo o livro de Rute na versão francesa das Santas Escrituras.
Quando chamado, ele se levantou, e leu com voz suave, fervente, a história de amor do livro de Rute. Quando terminou, houve por alguns momentos grande silêncio. Então alguém começou a aplaudir, e todos os presentes prorromperam em prolongados aplausos. Finalmente o presidente o chamou e disse :
 Senhor Franklin, esta é a maior história de amor que já foi escrita, quanto eu saiba. Esta sociedade solicita permissão para imprimi-la e torná-la conhecida no mundo.
Franklin levantou-se, inclinou-se, e disse:
 Sinto muito, mas não posso dar a permissão, porque esta história já foi impressa e entregue ao mundo.
 Onde? Como não o soubemos?
 É que ela está no livro chamado Bíblia, que vocês desprezam e sobre o qual tão pouco sabem.

Façamos deste Livro nossa mais rica posse. Vamos lê-lo cada dia, mesmo que sejam poucas passagens, porque ele nós fará ver a enormidade do pecado. E nos levará então ao desejo e disposição de confessar os pecados, e nos revelará a alegria do perdão. Se todos os governos e todas as nações do mundo considerassem a Bíblia como bússola para lhes guiar a nau do Estado, e se todos os seres humanos a considerassem lâmpada para iluminar os caminhos da vida, todos os problemas do mundo seriam resolvidos. Por esta razão a Bíblia deve ser lida e estudada por VOCÊ. Aceite o conselho de Deus, e seja bem sucedido e feliz para o resto da vida.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que Deus abençõe vcs nesse ministério, seu amigo

Josias.. saudades! abraço.

Lauro Costa disse...

Oi Josias, nós ficamos muito felizes com sua visita, continue com agente... abraço pra toda a sua família.

Postar um comentário